23.11.06

Ultimo Poema da Pedra

Tijolo:
Objeto; retângulo; argila.
Não se comunica.
É impossível.
Em sua rigidez
Tem apenas argila.
Podem até ameaça-lo
O tijolo continuará
Imóvel.

Em sua definição
De argila moldada pelo homem
De pedra solúvel ao baque do homem.

O tijolo é roxo.
Tem peso de respeito.
Parece – talvez seja – insignificante perante a construção
Da qual faz parte.
Mas continuará sendo tijolo.

21/11/2006

22.11.06

Mais Um Tijolo

Este foi meu primeiro poema. Lógico, que foi inspirado no poema da pedra de Drummond


"Agora começo a construir minha casa.
A casa dos sonhos, desejos e esperanças.

Eu estou agora pegando o primeiro tijolo.
Eu estou colocando o primeiro tijolo.
Eu terminei de colocar o primeiro tijolo.

Estou pegando o segundo tijolo.
Meu braço dói.
Mas estou pegando, pegando o segundo tijolo.
Estou colocando o segundo tijolo.
Eu acabo de colocar o segundo tijolo.

Estou tentando pegar o terceiro tijolo.
Meu braço dói muito mais.
Eu não consigo pegar o terceiro tijolo.

Não vou pegar mais um tijolo.
Eu não vou colocar mais um tijolo.
Eu não vou colocar mais nenhum tijolo.
Eu não vou colocar mais nenhum tijolo!"
30/08/2000

16.11.06

Poema Sem Título Feito em 15/11/2006

Morrer não se conjuga
No gerúndio. Morre-se!
A agonia, os sofrimentos antecedentes
São o crepúsculo da vida
E parte dela.
A morte é o outro estado daCarne.

14.11.06

Poema Sem Título Feito em 03/09/2006

Teus lábios contemplam-me
Meias-luas cheias.
Chamo-te p’ra gruta
D’um sonho perdido.

Contigo em meu eu
Dores já não sinto.
Quanto d’água pode
Ter num caracol

Chegado do mar?
Quanta vida pode
Haver naquela água?
E na vida quanta

Morte encontrarei?
Mas na morte há de
Bailar nosso amor.
Serei caramujo.


03/09/2006

8.11.06

Minha Auto-Ajuda Para Os Que Me Lêem

Na vida, não há fórmulas.

3.11.06

Deixa Os Homens Trabalharem Direito


Na atual crise dos aeroportos, provocada pela operação padrão dos controladores de vôos, as empresas aéreas são vista pelos clientes como as culpadas pela crise. Não tiro a razão dos consumidores; revolto-me com o governo não se perceber que o único culpado é o governo. A crise era prevista desde 2003, segundo relatórios governamentais. Por que nada foi feito? Por que não foram contratados novos operadores?
O Governo Federal é responsável e deve indenizar todos que sofreram prejuízos comprovados com a crise. A base deste argumento é a responsabilidade estatal por ter se omitido de algo que era previsto. Aqueles que se sentirem lesados, devem mover ação contra a companhia aérea e esta mover ação contra o governo. Esta lógica tem por base o Código de Defesa do Consumidor. Segundo esse diploma legal, o consumidor pode mover uma ação contra qualquer dos responsáveis da cadeia de consumo. E como as empreses e o governo formam uma rede, o consumidor pode direcionar sua ação contra qualquer um deles.
Minha sugestão: mover ação contra as empresas. Elas que se resolvam com o governo depois.

Não condeno a operação padrão, apesar de ter viagem marcada para breve. Os operadores lutam por melhores condições de trabalho e segurança. Segurança em vôos é interesse de todos. Poxa, deixa os homens trabalharem direito.

Também não posso deixar de me indignar com as cenas de pessoas sendo mal tratadas nos guichês, a polícia reprimindo protestos de consumidores que querem apenas receber seus direitos. Todos aqueles que não embarcaram, deveriam receber refeição e, sendo o caso, hospedagem! Deixa o homem viajar!

O jornal Folha de São Paulo, ao lado da foto deste poste, colocou a imagem do presidente re-eleito Luiz Inácio Lula da Silva dormindo. A frase, em baixo do foto do presidente, era “deixa o homem descansar!” Ora, o culpado da crise foi o governo Lula. Mas, como viajou muito durante a campanha, e cuidou do povo com carinho, ele pode descansar enquanto o povo fica penando nas salas dos aeroportos!

1.11.06

Nova Quadrilha

Dora amava Cláudio. Cláudio amava Dora. Planejavam se casar, ter filhos, casa própria, comprar uma televisão.

Dois meses de namoro, Cláudio foi preso. Dora freqüentou a penitenciária por dois meses. Nunca mais voltou.

Cláudio foi consolado por Ricardo, que era amado por Pedro, que era desejado por João que namorava Juca. Por ciúme, Juca matou Pedro e brigou com Ricardo. Ricardo atirou em Juca. E João envenenou Ricardo, porque já estava apaixonado por Cláudio.

Os dois se casaram. Cláudio virou transsexual. Em João, nada mudou.

No dia da rebelião, o delegado Walmir, para acertar contas, matou João. Cláudio matou Walmir e decidiu se enforcar; foi baleado pelo policial Luis, que não estava na história.